sábado, 14 de janeiro de 2017

RESPONDENDO OBJEÇÕES DE ALGUNS PROTESTANTES

RESPONDENDO OBJEÇÕES DE ALGUNS PROTESTANTES

Obs.: “A maioria “das objeções foram tiradas do livro” Pedro nunca foi Papa, nem o Papa é vigário de cristo”, do ex - Padre Aníbal Pereira dos Reis. O mesmo já foi refutado por dom Estevão Bettencourt, na revista Pergunte e Responderemos Págs. 537-549, ano XVI, número 192, dezembro de 1975, leia esta refutação também aqui: pt.scribd.com/doc/13220921/ANO-XVI-No-192-DEZEMBRO-DE-1975  ou leia  em : o que dizer das acusações do ex - Padre Anibal Pereira dos Reis no tópico : Apologética católica do site www.larcatolico.webnode.com.br ( larcatolico.webnode.com.br/products/catolico%28a%29-instruido-e-informado%2c-n%C3%A3-sera-iludido-nem-enganado/ ). Responderemos também objeções do livro: "Qual a Igreja verdadeira?- uma resposta ao Catolicismo Romano" do Pastor Silas Malafaia. Tais livros, como os demais livros protestantes anticatolicos não trás nenhum novo questionamento, mas sempre as mesmas velhas objeções milhares de vezes seriamente estudadas e irrefutavelmente respondidas.
 1° Objeção:  Muitos protestantes não querendo aceitar ou acreditar que a Igreja Católica é a única que Jesus Cristo fundou, dizem: A igreja católica romana cita Mt 16, 18-19 ”tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”,  para tenta provar que Jesus fundou a sua Igreja sobre Pedro e seus sucessores. Dizem que Pedro foi o 1° Papa e que os bispos de Roma (Papas) são sucessores do apóstolo Pedro, daí concluem que Jesus fundou a igreja católica romana. Ora, tal conclusão baseia-se na errada interpretação que a igreja católica faz de Mt 16, 18, de fato:
  a)   Em Mateus 16, 18 Jesus não se referiu a Pedro, mas a confissão de Pedro em Mt 16, 16: tu és o Cristo filho do Deus vivo.
 Resposta: Para a afirmação que diz ser a pedra a confissão de Pedro não se encontra no texto nenhuma base, trata-se de uma interpretação totalmente descontextualizada. Nada no texto conduze-nos a ela.
 De fato, Todo o contexto de Mt 16, 18 versa em torno da pessoa de Pedro. É diretamente a Pedro que Jesus dirige as palavras: Bem-aventurado és tu... Te revelou ... Eu te digo... Tu és... Foi o nome de Pedro que Jesus mudou (cumprindo a promessa feita em João 1, 42) e é a este nome mudado que Jesus alude, interpretando-o, conforme o costume bíblico: como sinal de uma tarefa confiada, para conferir solenemente uma missão (a Abraão em Gn 17,5; a Jacó em Gn 32, 29). Neste caso a Pedro, a saber, de ser a pedra fundamental sobre a qual iria construir a sua Igreja... Pedro=Pedra. Ademais, Cristo usou constantemente o pronome pessoal “tu”: tu és Pedro. E como o próprio nome do pronome indica ele é usado (dirigido) a uma pessoa e não a uma confissão. Ou Jesus estava se referindo a Pedro ou não cumpriu a sua promessa citada por João 1, 42 o que seria impossível, por conseguinte, afirmar o contrário não passa de uma blasfêmia contra o salvador.
   Convém saber que Jesus falava aramaico. Ora, em aramaico Pedro (Kephas,Cefas) significava “pedra, rocha”, e não tinha nenhuma diferença verbal entre Pedro e Pedra, sendo assim o que Jesus disse a Simão (Pedro) foi: tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Fica claro que Jesus neste texto promete construir (edificar) a sua Igreja sobre a rocha (Pedra) que é Pedro.
  A promessa feita por Cristo a Pedro em Mateus 16, 18-19 Jesus a realizou realmente após a sua ressurreição, segundo João 21, 15-17 Cristo confiou a Pedro o pastoreio de todo o seu rebanho (de toda a sua Igreja). A imagem de pastor designa na sagrada escritura o messias e a sua obra (Cf. Mq 2, 13; 4, 6-8; 5, 3; Sf. 3, 19; Jr 23, 3; 31, 19; Is 30, 11; 49, 9-10; Ez 34, 7-24; 37, 23-35; Zc 11, 7-9; Mt 18, 12; Lc 15, 4; Jo 11, 11-16). Ora, confiando a Pedro a missão de pastor de toda sua Igreja, Jesus o constituiu seu vigário na terra, o chefe visível da sua Igreja, a Pedra (o fundamento visível) da mesma. De fato, o verbo apascentar (Poimáino) que é traduzido do original grego tem o sentido de: Governar, dirigir com autoridade (Cf. 2° Sm 5, 2; Ez 34, 25-24; Mq 5, 2-4 ...).
 Ora, se a pedra sobre a qual se constrói um edifício tem por finalidade dar-lhe a solidez (e é por isso que Jesus logo acrescenta: e as portas do inferno não prevalecerão contra ela Mt 16, 18). É claro que ela deve durar quanto tempo durar o edifício, se a pedra que sustenta desaparece o edifício estar sujeito à ruína, a desaparecer. Deste modo, a função que Jesus confiou a Pedro não podia de forma alguma limitar-se a este apóstolo: Como poderia ele por sua atuação passageira e transitória, como é a vida de todo homem, sustentar, governar e chefiar a Igreja de tal modo que ela permanecesse firme e estável até o fim do mundo, Cf. Mt 28,20?
    Portanto, é claro, é lógico, já que a Igreja de Jesus vai durar até o fim do mundo, que Pedro como chefe da Igreja, havia de ter sucessores: Pessoas que ficassem em seu lugar continuando a sua missão. E como prova a história eclesiástica (da Igreja primitiva) os papas (bispos de Roma) são os legítimos sucessores de S. Pedro. E, portanto, assim como S. Pedro é o chefe visível da Igreja que Jesus fundou.
    De fato, os documentos históricos vindos desde os primeiros séculos do cristianismo confirmam o nome de cada papa desde S Pedro, citamos Três exemplos entre vários:
  Irineu de Lião na obra contra as heresias escrita por volta de 180 D.C. Dar uma lista dos papas até aquela época.
  Temos a lista das sucessões de S Pedro até o Papa Felix III (492) apresentada no LIBER PONTIFICALIS, escrito no Século VI.
  Santo Agostinho (354-430) já argumentava contra os hereges donatistas:” A autoridade da Igreja Católica se afirma na sucessão “ININTERRUPTA” dos Bispos desde a mesma sé de Pedro até o presente episcopado”, ou seja, desde S Pedro 1° Papa até o Papa que no seu tempo regia a Igreja. Cf. Contra Faustum, XI, 2.
   Nestes testemunhos vemos claramente que os primeiros cristãos tinham na sucessão apostólica o modo para saber diferenciar a Igreja de Cristo de uma seita, ou seja, que a Igreja verdadeira, a única fundada por Jesus Cristo vem do tempo dos apóstolos através da sucessão ininterrupta de seus bispos, e que a única Igreja que tem essa sucessão é a Igreja Católica Apostólica Romana. Portanto, os protestantes que negam que os Papas (Bispos de Roma) são os sucessores de S Pedro são aqueles que nunca leram os documentos dos primeiros séculos do cristianismo ou tentam falsificá-los.
b)   Em Mt 16, 18 Jesus não constituiu Pedro como a pedra fundamental da Igreja porque a bíblia diz que Jesus sim, é que é a pedra fundamental da Igreja cf.Mt 21, 42; Atos 4, 11; 1° Pd 2, 7...
RESPOSTA: É o caso de perguntar ao protestante que faz tal objeção: Quer dizer então que Deus (Jesus) fica privado, perde algum atributo e dignidade que ele tem por essência e natureza própria quando o concede às suas criaturas? Se responder não, é o primeiro a contestar (refutar) a sua própria objeção, se responder sim, contradiz a própria palavra de Deus como veremos a seguir. Ora, a Igreja Católica nunca negou que Jesus è a pedra principal e fundamental da Igreja. A questão é se Pedro foi constituído por Cristo como Pedra (fundamento visível) da sua Igreja, como começa negando a própria objeção sem o mínimo fundamento bíblico. Vejamos:
   Em João 8, 12 Jesus disse: ”eu sou a luz do mundo”, seguindo a mesma regra da objeção protestante, concluiremos que nenhum apóstolo é ou pode ser luz do mundo, porém, contra tal interpretação em Mateus 5, 15 o próprio Jesus Cristo falando dos apóstolos disse: ”vós sois a luz do mundo”. Assim como não há contradição no fato de Jesus sendo a luz do mundo fazer de “todos” os apóstolos luz do mundo, menos ainda há contradição no fato de Jesus sendo a pedra principal e fundamental da Igreja, fazer (constituir) “um” dos apóstolos-S. Pedro, pedra fundamental da Igreja.
   Assim como não há contradição entre Jesus luz do mundo e apóstolos luz do mundo também não há contradição entre Jesus pedra fundamental da Igreja e Pedro pedra fundamental da Igreja. Há luz do mundo e luz do mundo como pedra fundamental da Igreja e pedra fundamental da Igreja, porém, cada um é luz do mundo e pedra fundamental da Igreja a seu modo.
  Jesus é luz do mundo por essência, Por natureza, por brilho próprio, como a fonte, os apóstolos são luz do mundo por missão, por participação, como reflexo da grande luz e sol da justiça que é Cristo.  Jesus é pedra fundamental da Igreja por essência e natureza própria, pedra primária e principal cuja solidez repousa inabalável todo o edifício do cristianismo. Pedro é pedra fundamental da Igreja  por vontade de Cristo, por missão e por participação.
Encontramos no Evangelho de São Marcos a seguinte afirmação de Nosso Senhor:
“Só Deus é bom." (Mc 10,18)
Seguindo a mesma regra da objeção não há nada de bom na criação e, muito menos, bons homens, porque disse Cristo que somente Deus é bom? Impossível! Não há como admitir tamanha bobagem protestante.
 Evidentemente, só Deus é bom no sentido de que Ele é a própria bondade e a fonte de todo bem. Mas essa verdade não exclui a bondade existente nas coisas criadas: “Pois tudo o que Deus criou é bom". (ITm 4, 4). Segundo tal objeção nenhum homem pode ser chamado de bom ou ser bom! Entretanto, a bíblia diz: “vosso pai que está nos céus, faz o sol nascer sobre bons e maus” (Mt 5, 45), “ O homem bom do seu bom tesouro tira coisas boas” (Mt 12, 35).
  Novamente temos Bom e bom, assim como há Luz e luz. E por que não duas pedras? Na verdade é uma necessidade que se justifica. Pedro, sendo humano, fraco e limitado como todo homem, também necessitava de um apoio, um firme sustento que o conservasse inabalável como chefe supremo da Igreja. Ora, uma rocha só pode sustentar algo se ela também estiver cravada em local firme. Por isso Cristo sustenta Pedro que por sua vez sustenta a Igreja. Logo, Cristo também sustenta a Igreja, de uma maneira mais elevada e firme que S. Pedro. Poderíamos citar vários outros exemplos para mostrar o contrassenso e falta de fundamento da objeção protestante.
  Ao fazer de Pedro o fundamento visível da Igreja, Jesus não deixa de ser o fundamento invisível, e mais profundo da mesma (1° Cr 3, 11). Também ao entregar as chaves a Pedro, Jesus continua a possuir a chave que abre e fecha definitivamente (Apoc 3, 7); Os poderes de Pedro provêm de Cristo, e são exercidos com a assistência do próprio Cristo – Aliás, não esqueçamos que Jesus fez de seus discípulos “a luz do mundo” (Mt 5, 14), sem deixar de ser ele mesmo a luz primeira e fonte total ( ver Jo 8, 12; 9, 5; 12, 46 ).
  Perguntamos aos protestantes: se a pedra fundamental da Igreja em Mt 16, 18-19 não era Simeão, por que, então, mudou Cristo seu nome para Céfas que quer dizer Pedra? Porventura, os nomes impostos por Deus são palavras vazias, figura sem significado, sombra sem realidade?
   c) Se em Mt 16, 18 a pedra fundamental tivesse sido Pedro, Jesus dirigindo-se a ele teria dito: sobre “essa” pedra”, mas não, certamente apontando para si mesmo disse: sobre “esta” pedra. Pois essa se refere a algo que pode estar distante de quem fala e esta se refere a algo que pode estar perto de quem fala.
RESPOSTA: Quem faz tal objeção esquece que o idioma que ensina essa verdade em relação à palavra esta é o nosso Português. E a bíblia não foi escrita em português, mas traduzida para o mesmo. Ora, a palavrinha grega em questão é Táfti e significa “esta”, mas é também usada para dizer “essa”: tranquilamente. O grego, neste caso não é tão exato quanto o português. “Quem te deu esta autoridade?” traduz, pedantemente, a bíblia portuguesa de João ferreira de Almeida, revista e atualizada (Cf. Luc 20, 2), no entanto, qualquer gramática nos diz que ai a tal palavrinha corresponde a “essa”: “essa autoridade”. O mesmo acontece com a voz vinda do céu, na ocasião do batismo de Jesus (Mt 3, 17) e na transfiguração (Mt 17, 5). Texto grego, naturalmente. (Cf. Bate –Papo com um crente, pág 78, dicionário apologético, do Padre Lino Simonelli-PIME).
  Ao contrário do que diz a objeção, o divino mestre empregou o adjetivo demonstrativo enfático ESTA (esta pedra) para designar que ele falava somente e diretamente a Pedro. Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Sobre que pedra Jesus edificaria a sua Igreja? Sobre ESTA. ESTA qual? A que acabara de fala a pouco: TU ÉS PEDRA, a única que aparece em toda perícope de Mt 16, 18-19.
  Esta verdade é confirmada pela conjunção copulativa “e” usada por Jesus antes da frase “sobre esta pedra” (e sobre esta pedra). A conjunção copulativa ”e” demonstra inegavelmente que a PEDRA do segundo membro é a mesma do primeiro. Se assim não fosse, em vez dela se impunha a adversativa “mas”. Cristo teria dito assim: mas sobre esta pedra. (Cf. O Papado é Instituição Divina, pág. 30, 1° edição, Geraldo E. Dallegrave, edições Loyola).
  Mas insisti a teimosia e ignorância protestante: O demonstrativo "esta", está no gênero feminino e pertence gramaticalmente e logicamente à palavra Pedra, que o segue imediatamente, não tem relação com a palavra antecedente Pedro no próprio do gênero masculino.(Cf. Protestantismo e romanismo, de Lysanias de Cerqueira Leite: resposta ao pé da letra à obra de Leonel Franca, página 92).
  Ora, todos os gramáticos de valor ensinam que o adjetivo concorda com o substantivo em genero, número e caso, sem que desta concordância se possa inferir que um demonstrativo não demonstra o que demonstra.
  Encontra-se esta frase: Eis a Bahia de Guanabara; neste porto magnífico pode ancorar a maior esquadra do mundo. Intervém a gramática do Dr. Lysanias: "Neste porto" não tem relação alguma com a expressão antecedente- porque "neste"  está no gênero masculino e Guanabara é nome próprio do gênero feminino, de agora em diante, deverá construir-se o período da seguinte forma:Eis a Bahia de Guanabara, nesta porto magnífica ...Há! Como hão de lamentar indignados a maioria dos grandes e reconhecidos gramáticos! (Cf. O Protestantismo Brasileiro, páginas 175-176, do Padre Leonel Franca, editora vozes).
  O Sr. Lysanias não reconhecendo a sua ignorância a prolifera cada vez mais: O Novo testamento grego é que deve interpretar o sentido aramaico da palavra Cefas, e isso é o que faz ao dizer que Cefas quer dizer Pedro (Jo 1, 42) não Pedra, Rocha. Porque temos que aceitar o que está escrito no idioma em que  o Espírito Santo transmitiu a revelação divina. Cf. Sr. Lysanias ... Idem, página 76.
  Resposta: Quer dizer que quando sobre uma redação derivada surge uma sombra de dúvida (ou se quer entender o verdadeiro sentido) o melhor meio é afastar o texto original e primitivo? Aí está uma regra de exegese inédita, porém, ineficaz! O original do evangelho de S Mateus, divinamente inspirado, foi escrito em aramaico, e a perícope de Mt 16, 18-19 é em todo o evangelho, o trecho, que em menos palavras, tem o maior número de semitismo, nenhum como este, aramaiza tanto.
  E ainda prescindindo desta questão, a objeção reduz-se ao seguinte: Cristo chamou Cefas a simão, Cefas significa Pedra, Rocha sem nenhuma diferença verbal, sem sofrer a menor alteração. mas Jesus não escolheu bem seus termos, não soube se expressar, o que ele queria era chamar simão de seixo, calhau, pedrinha. Mais tarde o Espírito Santo interveio e através dos discípulos que escreveram o evangelho emendou a mão: sugeriu em grego um termo que corrigisse o original e as palavras mal escolhidas por Cristo.
  Neste caso Jesus teria prometido o Espírito Santo não para ensinar os apóstolos e discípulos, mas para corrigir as palavras mal usadas e usadas erradamente por ele mesmo. Que blasfêmia imaginar o Espírito Santo corrigindo Jesus que é a própria verdade, é o mesmo que imaginar a verdade contradizendo a verdade. Quem faz tal objeção não sabe ou esquece que no aramaico, língua que Jesus falava, a palavra Cefas significa unicamente Pedra ou rocha, portanto, o que Cristo disse a Simão foi: tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.
  Entre os helenistas foi Cefas chamado de Petros, porque no grego os nomes próprios terminam em as, es, is, os, us. A diferença, pois, existente na versão grega, não tem outro motivo senão uma necessidade linguística, no grego Petros=Pedra, Rocha, adapta-se melhor à designação de um homem, mas a diversidade de gênero não eliminou a significação originária de pedra.
  Pergunto: Escritores gregos chamaram a Simão de Petros (Pedro) , quiseram ou puderam com isto eliminar a significação do nome imposto por Cristo a Simão: Cefas=Rocha, Pedra? Responder positivamente é colocá-los contra Cristo. (Cf. Leonel Franca, Idem, páginas 164. 177-178).
    d) O original grego da Bíblia em Mt 16,18 faz uma distinção léxica entre Pedro (petros) e pedra (petra). Entende-se por Pedro uma pedra pequena enquanto que Petra é uma grande e imóvel pedra, um sólido rochedo. Conclusão: Pedro não pode ser a pedra que Jesus refere, porque é lógica que uma pequena pedra não é uma grande e sólida rocha, cf: Qual a Igreja verdadeira? pág 93.
RESPOSTA:

Quem é a Pedra: Jesus ou Pedro?

Por Karl Keating
O diálogo a seguir ilustra muito bem um debate entre um católico e um protestante quando este argumenta que a “Pedra” citada por Jesus em Mt 16,18 jamais poderia referir-se a Pedro, mas sim ao próprio Jesus, uma vez que as Sagradas Escrituras em muitas passagens identifica Jesus como a “rocha”, a “pedra angular”.
O fato de Jesus aplicar a Pedro uma figura (metáfora) que a Bíblia exaustivamente aplica a Jesus, bem mostra a intenção de Jesus em fazer de Pedro um representante de Cristo na terra. Vamos, então, ao diálogo:
Protestante:
Em grego, a palavra para pedra é petra, que significa uma rocha grande e maciça. A palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é petros, que significa uma pedra pequena, uma pedrinha.
Católico:
Na verdade, todo este discurso é falso. Como sabem os conhecedores de grego (mesmo os não católicos), as palavras petros e petra eram sinônimas no grego do primeiro século. Elas significaram “pequena pedra” e “grande rocha” em uma velha poesia grega, séculos antes da vinda de Cristo, mas esta distinção já havia desaparecido no tempo em que o Evangelho de São Mateus foi traduzido para o grego. A diferença de significados existe, apenas, no grego ático, mas o NT foi escrito em grego Koiné – um dialeto totalmente diferente. E, no grego koiné, tanto petros quanto petra significam “rocha”. Se Jesus quisesse chamar Simão de “pedrinha”, usaria o termo lithos. (para a admissão deste fato por um estudioso protestante, veja D. Carson, The expositors Bible Commentary [Grand Rapids: Zondervan, 1984], Frank E. Gaebelein, ed., 8: 368).
Porém, ignorando a explicação, insiste o protestante:
Vocês, católicos, por desconhecerem o grego, pensam que Jesus comparava Pedro à rocha. Na verdade, é justamente o contrário. Ele os contrastava. De um lado, a rocha sobre a qual a Igreja seria construída: o próprio Jesus (“e sobre esta PETRA edificarei a Minha Igreja”). De outro, esta mera pedrinha (“Simão tu és PETROS”). Jesus queria dizer que ele mesmo seria o fundamento da Igreja, e que Simão não estava sequer remotamente qualificado para isto.
Católico:
Concordo que devemos ir do português para o grego. Mas, com certeza, você concordará que, igualmente, devemos ir do grego para o aramaico. Como você sabe, esta foi a língua falada por Jesus, pelos apóstolos e por todos os judeus da Palestina. Era a língua corrente da região.
Muitos, talvez a maioria, soubessem grego, pois esta era a língua franca do Mediterrâneo. A língua da cultura e do comércio. A maioria dos livros do NT foi escrita em grego, pois não visavam apenas os cristãos da Palestina, mas de outros lugares como Roma, Alexandria e Antioquia, onde o aramaico não era falado.
Sabemos que Jesus falava aramaico devido a algumas de suas palavras que nos foram preservadas pelos Evangelhos. Veja Mt 27,46, onde ele diz na cruz, “Eli, Eli, Lama Sabachtani”. Isto não é grego, mas aramaico, e significa, “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”
E tem mais: nas epístolas gregas de S. Paulo (por 4 vezes em Gálatas e outras 4 vezes em 1Coríntios), preservou-se a forma aramaica do novo nome de Simão. Em nossas bíblias, aparece como Cefas. Isto não é grego, mas uma transliteração do aramaico Kepha (traduzido por Kephas na forma helenística).
E o que significa Kepha? Uma pedra grande e maciça, o mesmíssimo que petra. A palavra aramaica para uma pequena pedra ou pedrinha é evna. O que Jesus disse a Simão em Mt 16,18 foi “tu és Kepha e sobre esta kepha construirei minha igreja.”
Quando se conhece o que Jesus disse em aramaico, percebe-se que ele comparava Simão à rocha; não os estava contrastando. Podemos ver isto, vividamente, em algumas versões modernas da bíblia em inglês, nas quais este versículo é traduzido da seguinte forma: ‘You are Rock, and upon this rock I will build my church’. Em francês, sempre se usou apenas pierre tanto para o novo nome de Simão, quanto para a rocha.
Protestante:
Se kepha significa petra, porque a versão grega não traz “tu és Petra e sobre esta petra edificarei a minha Igreja”? Por que, para o novo nome de Simão, Mateus usa o grego Petros que possui um significado diferente do petra?
Católico:
Porque não havia escolha. Grego e aramaico têm diferentes estruturas gramaticais. Em aramaico, pode-se usar kepha nas duas partes de Mt 16,18. Em grego, encontramos um problema derivado do fato de que, nesta língua, os substantivos possuem terminações diferentes para cada gênero.
Existem substantivos femininos, masculinos e neutros. A palavra grega petra é feminina. Pode-se usá-la na segunda parte do texto sem problemas. Mas não se pode usá-la como o novo nome de Simão, porque não se pode dar, a um homem, um nome feminino. Há que se masculinizar a terminação do nome. Fazendo-o, temos Petros, palavra já existente e que também significava rocha.  Mas, em grego, era o melhor que poderia ser feito.
Além da evidência gramatical, a estrutura da narração não permite uma diminuição do papel de Pedro na Igreja. Veja a forma na qual se estruturou o texto de Mt 16,15-19. Jesus não diz: “Bendito és tu, Simão. Pois não foi nem a carne nem o sangue que te revelou este mistério, mas meu Pai, que está nos céus. Por isto, eu te digo: és uma pedrinha insignificante, e sobre a rocha edificarei a minha Igreja. … Eu te darei as chaves do reino dos céus.”
Ao contrário, Jesus abençoa Pedro triplamente, inclusive com o dom das chaves do reino, mas não mina a sua autoridade. Isto seria contrariar o contexto. Jesus coloca Pedro como uma forma de comandante ou primeiro ministro abaixo do Rei dos Reis, dando-lhe as chaves do Reino. Como em Is 22,22, os reis, no AT, apontavam um comandante para os servir em posição de grande autoridade, para governar sobre os habitantes do reino. Jesus cita quase que verbalmente esta passagem de Isaías, o que torna claríssimo aquilo que Ele tinha em mente. Ele elevou Pedro como a figura de um pai na família dos cristãos (Is 22,21), para guiar o rebanho (Jo 21,15-17). Esta autoridade era passada de um homem para outro através dos tempos pela entrega das chaves, que se usavam sobre os ombros em sinal de autoridade. Da mesma forma, a autoridade de Pedro foi transmitida, nestes dois mil anos, através do papado.
Para citar este artigo: NABETO, Carlos Martins: Disponível em www.veritatis.com.br/apologetica/igreja-papado/847-quem-e-a-pedra-jesus-ou-pedro


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