sábado, 12 de dezembro de 2015

Nossa Senhora do Divino Amor

Nossa Senhora do Divino Amor

A Salvadora de Roma
Bombardeios aéreos, potentes cargas
 de explosivos nas pontes do Rio 
Tibre, dois mil tanques prontos para
 o assalto, iminência de arrasadores
 combates nas ruas, tudo pressagiava
 a total destruição da Cidade dos
 Mártires e dos Santos...

Detentora de uma fabulosa história
 que abarca quase três milênios, Roma
 já conheceu tudo quanto uma cidade poderia presenciar. Desde 
pequena aldeia às margens do Tibre até imponente capital de um 
vastíssimo império, viveu dias de fausto e poder 
incalculáveis, e períodos de triste decadência seguidos de
 radioso renascimento. Sobranceira, ela sofreu assédios,
 incêndios, invasões, pestes, e a tudo isso sobreviveu, 
recebendo com propriedade o título de “Cidade Eterna”. 
Contudo, no início de 1944, para muitos aquela longeva
 história parecia inexoravelmente ter chegado ao fim.
Sob o domínio estrangeiro
Como outras vezes acontecera no passado, a cidade
 estava vivendo sob o domínio estrangeiro, ocupada por 
forças alemãs desde setembro de 1943. O solo romano já
 havia experimentado o tremendo impacto dos bombardeios 
aéreos, como o que arrasou o bairro de São Lourenço em
 19 de julho de 1943, fazendo centenas de vítimas. 
Embora, em fins de janeiro de 1944, tivessem desembarcado
 em Anzio as Forças Aliadas, estas avançavam com enervante lentidão.
Perspectivas de iminente destruição
Em maio desse ano, na previsão de futuras operações militares
 de grande envergadura na Europa, a conquista de Roma 
tornou-se um objetivo de máxima importância para os 
Aliados. Na noite de 11 para 12, começou a grande batalha.
 A 120 quilômetros da cidade, na região de Montecassino,
 650 canhões do 13º Corpo do Exército Inglês iniciaram
 um bombardeio contra um importante contingente alemão 
ali aquartelado, em consequência do qual a multissecular 
abadia ficou reduzida a escombros. Logo depois começou
 a mover-se o 5º Exército norte-americano. A notícia 
desse primeiro lance causou não pequeno aumento do 
temor em Roma: seria este um prelúdio do que aconteceria 
com a Cidade Eterna?
Os acontecimentos pareciam indicar que sim. Em 4 de junho, 
tudo pressagiava o início de um duro combate. Dispostos a 
uma forte resistência, os alemães tinham instalado potentes 
cargas de explosivos em todas as pontes do Rio Tibre, para 
destruí-las caso tivessem de bater em retirada. De outro 
lado, o general britânico Harold George Alexander decidiu 
lançar seus dois mil carros de combate no assalto à cidade.
Tudo pressagiava uma luta casa a casa, palmo a palmo,
 altamente arrasadora, como acontecera já em outras
 localidades europeias. Essa terrível perspectiva angustiava 
todos os romanos.
O voto da cidade de Roma
Em circunstâncias como essa, os homens se lembram mais
 facilmente de recorrer ao auxílio divino. Foi nesse quadro
 de tragédia que o Papa Pio XII convidou o povo a fazer 
um voto, pedindo que a cidade fosse salva da destruição.
Encontrava-se então em peregrinação por várias igrejas 
de Roma a milagrosa imagem de Nossa Senhora do
 Divino Amor, muito venerada pelos romanos desde o 
século XII. Nesse ameaçador dia 4 de junho, na Igreja 
de Santo Inácio, foi feito solenemente um voto pelo 
qual o povo de Roma Lhe prometia: “corrigir e melhorar
 sua conduta moral, para tornar sua vida mais conforme
 à de Nosso Senhor Jesus Cristo”; construir um novo
 santuário e iniciar uma obra de caridade em sua honra.
Quase ao mesmo tempo, uma misteriosa mensagem 
de Hitler cancelou a ordem de resistência, e o exército 
alemão retirou-se da cidade, na qual entraram pouco depois
 as Forças Aliadas, aclamadas por uma multidão exultante 
de incontida alegria. Esse desfecho foi tão surpreendente 
que o próprio Primeiro-ministro britânico, Winston
 Churchill, afirmou: “A conquista de Roma se deu de 
modo completamente imprevisto”.
Do alto dos Céus, a solícita Mãe de Deus havia atendido
 às preces de seus aflitos filhos, e a cidade foi liberada 
sem o derramamento de uma gota de sangue sequer!
“Salvadora de Roma”
Uma semana depois, o Papa Pio XII reuniu-se com os
 fiéis para uma prece de gratidão, e nessa oportunidade 
atribuiu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de 
“Salvadora de Roma”.
“Nós olhamos para Ti, Mãe do Divino Amor, esperando
 por Ti, por tua materna intercessão, a nossa salvação. 
(...) Guarda a tua Roma!”
Décadas mais tarde, em lº de maio de 1979, o Papa 
João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora 
do Divino Amor e o definiu como “o Santuário 
Mariano de Roma”.
Hoje, é famosa a peregrinação nocturna a pé, que 
atrai ao santuário devotos de todas as partes do mundo.
 Aos sábados, desde a Páscoa até o fim de outubro, 
os fiéis partem da Praça da Porta Capena à meia-noite, 
passam por pontos históricos como a Via Ápia 
Antiga, a Igreja do Quo Vadis, as Catacumbas de São 
Calixto e o Mausoléu das Fossas Ardeatinas, e chegam 
ao santuário na manhã de domingo. Ali, saudados pelos 
primeiros raios do sol que nasce, os romeiros 
apresentam à Virgem suas mais íntimas súplicas e pedem, 
naturalmente, que a proteção divina continue a cobrir a
 Cidade Eterna.
“Também hoje é necessária
 a conversão a Deus”
Bento XVI quis, como seus
 antecessores, venerar essa
 tão solícita e bondosa Mãe.
 Visitando seu santuário rezou
 o Rosário com os fiéis ali 
presentes, aos quais dirigiu
 alentadoras palavras. “Daqui,
 deste Santuário do Divino Amor
 — disse ele — , esperamos
 uma grande ajuda e apoio
 espiritual para a Diocese de
 Roma (...) Esperamos
 especialmente a força interior para cumprir o voto 
que fizeram os romanos naquele 4 de junho de 1944”.
 Acrescentou que “também hoje é necessária a conversão
 a Deus”, para o mundo se ver livre das guerras e do 
terrorismo. E concluiu: “Queridos irmãos e irmãs, neste
 santuário renovo o convite que fiz na encíclica Deus 
caritas est: Vivamos o amor e assim façamos entrar a luz
 de Deus no mundo”.
http://mariasegundojoaoscladias.blogspot.com.br/

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