terça-feira, 15 de dezembro de 2015

NOSSA SENHORA DIVINA PASTORA

NOSSA SENHORA DIVINA PASTORA


 

 
   Surgiu no alto de uma colina o povoado “Ladeira”, atual município de Divina Pastora, Sergipe. Remonta sua historia bem antes dos idos do século XVIII, tendo sido sua primeira sede a capela de São Gonçalo, que por motivo de ruína passou á capela de Jesus, Maria e José de Pé do Banco (siriri). Novamente, pelo mesmo motivo, voltou a sede para a antiga capela de São Gonçalo, então melhorada, sendo esta última mudança determinada por Decreto de Dom João VI, em 1813.

   Os Capuchinhos eram pastores ativos e zelosos para apascentar o rebanho de Cristo. Assim, entre canaviais e muita mata, a antiga “Ladeira” teve o privilegio de acolher a herança outorgada pelos religiosos que chegaram aqui em outubro de 1782 e nos legaram o alegre espírito religioso pastoril, tradição da Península Ibérica.

   Realmente, tudo começou pelo próprio desejo da Mãe do Divino Pastor Nosso Senhor: “por onde fores, difunde a minha devoção sob o título deNossa Senhora Divina Pastora”. Pedido feito ao Frei Isidoro de Sevilha a 31 de maio de 1703, na Espanha. Da Península Ibérica a devoção alcançou Marca de Ancona, na Itália e de lá para o Brasil com os missionários capuchinhos uma imagem da Virgem Peregrina.

   Oriunda da Europa representada por Nossa Senhora do meio rural, corruptela de Nossa Senhora Divina Pastora, inspiração do Frei Isidoro, foi a mais notável contribuição deixada pelos missionários e reproduzida pelo pintor baiano, pardo e forro, conhecido por José Teófilo de Jesus, que a eternizou nos corações de seus fieis, o culto à Divina. O motivo pastoril retrata a Santíssima virgem em sua forma mais original que se tem noticia no Brasil. Irradiada de Amor sensibiliza a quantos a veneram, através da belíssima composição, ornada de cenas bíblicas e de iconografia do campesinato daquela época.

   José Teófilo de Jesus assim nos reservou um dos mais belos painéis pintado em madeira, para representá-la no forro da nave da Igreja Matriz de Nossa Senhora Divina Pastora, procurando dentro da temática manter o estilo e os procedimentos técnicos aprendidos através de mestre José Joaquim da Rocha e de seu estágio em Lisboa com Battoni.

   Deixando transparecer a doçura e a serenidade da Santa dos pastores, o magnífico painel considerado sua obra prima, é afável, lúdico, vibrante, extremamente alegre pela humildade paradisíaca do tema bucólico, apaixonante à primeira vista, e inebriante pelo lirismo do toque divino ofertado a Teófilo, como se fosse o premio maior ao apagar as luzes de sua existência.

 

Referência: Santuário de Nossa Senhora Divina Pastora – Sergipe.

 

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